Nascida em uma família de programadores, a jovem carioca Karina Tronkos trocou a carreira de Ciências da Computação pelo UX ainda na faculdade. As descobertas e investidas no conhecimento para se especializar na área começaram a ser compartilhadas por ela na comunidade Nina Talks, que reúne 100 mil seguidores no Instagram e virou uma referência em conteúdos na área.
Especializada em UX Design, ela venceu por cinco vezes consecutivas o Swift Student Challenge, desafio global de programação criado pela Apple. Atualmente, é mentora de UI/UX Design na Apple Developer Academy, um programa de inovação tecnológica e aceleradora de conhecimento.
Essa jornada, contudo, não foi tão simples. Ela reconhece que os prêmios da Apple foram o ponto de partida para que passasse a valorizar seu próprio trabalho. Por ter entrado na área de UX, ela achava que tinha errado na graduação e que não era boa o suficiente, o que a fez até pensar em desistir. “Até que passei a enxergar UX como uma área de tecnologia e entender que não era preciso ser programadora, assim como há especialistas em produtos, dados e outros. Se uma das melhores empresas do mundo acreditou no meu trabalho, por que estava duvidando de mim mesma?”, compartilha Karina.
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A jovem tornou-se uma inspiração para muitas mulheres e mantém seu propósito de incentivar outras a trilhar uma carreira em UX por meio da Nina Talks. “As mulheres se cobram muito mais na questão da perfeição, mas essa pressão não é passada tanto para os meninos. Na tecnologia, é errar o tempo inteiro e consertar. Então as mulheres precisam se cobrar menos e não pensar em desistir, compreendendo que se trata de um processo longo, que envolve tentativa e erro”, analisa.
Saiba mais sobre a trajetória da UX Designer, Karina Tronkos.
O primeiro contato com UX: durante a graduação em Ciência da Computação na PUC-Rio, ela conseguiu o primeiro estágio no terceiro período em laboratório na faculdade que mantém uma parceria com a Apple. Foi selecionada como desenvolvedora, quando teve o primeiro contato com o UX e as possibilidades da área.
Mudança de rumo: a partir disso, buscou mais informações sobre a carreira com amigos que cursavam Design e foi atrás de livros, vídeos e outras informações na internet. Além disso, chegou a cursar matéria do departamento de Design enquanto estava na faculdade. “Até que um dia no laboratório, levantei a mão e perguntei se podia focar em Design e os professores aprovaram a ideia”.
Curso livre ou faculdade: ela defende que se uma pessoa tem a oportunidade de fazer uma graduação, deve priorizar esse caminho – “foi onde cresci enquanto profissional, muito mais pelas portas que me abriram do que pelo
conhecimento técnico. No entanto, ela vê os cursos livres como uma forma de democratização do conhecimento.
Dica de estudo: a melhor forma encontrada por Karina para estudar foi por meio de livros. “Eles não são tão caros e permitem mergulhar no assunto e focar no conteúdo sem a distração do mundo digital”. Mas os estudos não devem parar por aí: a dica é diversificar as fontes de conteúdo para construir uma visão ampla sobre o assunto.
Soft skills que fizeram a diferença: ela considera que o grande diferencial de sua trajetória profissional foram as habilidades relacionais. Apesar de se considerar tímida, priorizou desenvolver sua comunicação. “O relacional permite conhecer mais pessoas e as possibilidades de carreira. Essa curiosidade foi o motivo pelo qual fui escolhida para o meu primeiro estágio em UX. Mesmo havendo candidatos tecnicamente melhores, a vontade de aprender era o que o time precisava, e meus coordenadores apostaram em mim”.
Entrevista concedida à Karen Ferraz para o e-book “O ABC do UX”.