O que um trabalho voluntário, um workshop e um curso online têm em comum? Resposta: eles podem lhe render as chamadas micro-credential, ou“microcredenciais”, em tradução livre. Trocando em miúdos, as microcredenciais funcionam como uma chancela para o mercado de trabalho, são certificados que podem beneficiar pessoas de todas as idades, níveis de educação e origens, de acordo com uma pesquisa da ONG americana Brookings divulgada no site do Fórum Econômico Mundial.
Não estamos falando aqui de cursos de graduação, pós- graduação e cursos longos. Essas microcredenciais geralmente demonstram um aprendizado mais curto e especializado do que um diploma ou certificado tradicional, algo mais informal, de acordo com o levantamento da Brookings. São cursos rápidos ou atividades que também podem ser ter seus certificados compartilhados por meio de aplicativos, sites ou sistemas.
Ser voluntário em um banco de alimentos, fazer um workshop de codificação ou fazer um curso online são exemplos de microcredenciais. Elas também podem ter diferentes origens – por exemplo, ambientes de trabalho ou da comunidade, em vez de dentro de uma instituição acadêmica.
Cursos de curtíssima duração e 100% online como os do Eu Capacito, também conhecidos como nano courses, que envolvem o aprendizado de habilidades específicas para conquistar um emprego ou que desenvolvem alguma competência prática também integram as microcredenciais.
Como funcionam as microcredenciais?
Uma credencial digital carrega informações sobre uma conquista ou degrau a mais em um aprendizado específico que alguém obteve. Essa chancela pode incluir quem está oferecendo o treinamento, a descrição do que foi aprendido, quando ela foi emitida e quem a recebeu, de acordo com a Universidade de Columbia Britânica, em Vancouver, no Canadá. As pessoas podem compartilhar esses certificados em currículos, redes sociais ou portfolios, por exemplo.
Em um contexto de escassez de talentos como o que estamos vivendo, as microcredenciais podem fazer a diferença, pois os estudantes podem desenvolver e conquistar habilidades em meses ao invés de anos. Para o Brooking, o “pulo do gato” dessas credenciais é o potencial de alcançar pessoas de todas as idades, níveis de educação, de diferentes raças/etnias e de diferentes setores.
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Prós e contras
Entre as vantagens dessas chancelas estão a possibilidade das pessoas acumularem conhecimento e acrescentarem habilidades e competências àquilo que já foi estudado em treinamentos anteriores. Segundo o levantamento, essas microcrendenciais podem ser mais acessíveis e flexíveis do que cursos superiores e treinamentos tradicionais e podem ser conquistadas no tempo de cada um.
Por outro lado, a Brooking alerta para o risco das microcredenciais tornarem-se obstáculos para igualdade na educação e na formação de indivíduos, caso os governos não reconheçam essas credenciais como etapas de um caminho de aprendizado que pode levar ao equivalente a um diploma. Por isso, a entidade alerta que é preciso permitir que os alunos consigam transferir essas certificações entre instituições para não precisar repetir os cursos.
Por fim, a Brookings acrescenta que “em um mundo onde a maioria dos trabalhadores não possui diploma de ensino superior, as microcredenciais são essenciais para o futuro mundo do trabalho”.
