A grande maioria do comércio eletrônico no Brasil já aceita o Pix como uma das modalidades de pagamento. Segundo nova edição do Estudo de Pagamentos, realizado pela Gmattos, o Pix saltou do patamar de aceitação de 64,4% em janeiro de 2022 para 91,5% nos meses de novembro e dezembro. A tendência, na análise da consultoria, é que o Pix mantenha seu alto percentual de aceitação, com um número cada vez maior de lojas oferecendo benefícios ao consumidor para essa opção de pagamento.
Na percepção de Gastão Mattos, CEO da Gmattos, a preferência dos comerciantes por receber via Pix tem justificativas lógicas e estratégicas. “Os motivos são o custo menor e a efetividade maior, na medida em que a conversão de pagamentos via Pix é muito superior aos seus concorrentes diretos nas modalidades à vista, os cartões de débito e os boletos”, afirma.
Entre os benefícios ofertados pelos lojistas para o pagamento com PIX, foram observados descontos entre 1% e 20% no valor da compra, além de frete grátis em alguns estabelecimentos.
A modalidade parcelamento BNPL (do inglês, Compre agora, pague depois), também deve aumentar em termos de aceitação. Essa opção oferece a possibilidade de parcelar um pagamento com ou sem juros.
“No momento, é a forma de pagamento com a maior tendência de crescimento para o próximo ano”, estima Mattos. “O BNPL ainda vem sendo adotado por consumidores que não poderiam usar o cartão de crédito, mas seu avanço aponta para uma provável confrontação entre essas duas modalidades em algum momento no futuro.” Entre julho e dezembro de 2022, a aceitação do BNPL subiu 10,1 pontos percentuais, passando de 15,3% para 25,4%.
Cartão mantém liderança
Segundo o mesmo estudo, o cartão de crédito é ainda o líder absoluto do ranking de meios de pagamento aceitos pelo e-commerce brasileiro. Em novembro, no embalo da Black Friday, a modalidade atingiu 100% de aceitação entre as lojas pesquisadas, totalidade que manteve em dezembro.
O cartão de crédito mantém sua predominância devido a possibilidade de compras parceladas, por se tratar de uma plataforma consolidada e com o diferencial da milhagem, na análise do estudo.
“Tampouco o Pix Garantido, a ser lançado pelo Bacen em data indefinida, deve ameaçar o volume transacional crescente no parcelado no cartão em 2023”, afirma Gastão. “Caso se confirme para este ano, o Pix Garantido precisará da adesão de emissores, não será compulsório como o Pix instantâneo e terá de superar a barreira de uma nova integração no checkout das lojas.”
Apesar do avanço do Pix e da liderança do cartão de crédito, os tradicionais boletos também não perdem protagonismo entre os meios de pagamento aceitos pelo e-commerce. O boleto manteve o patamar de 70% de aceitação ao longo do ano, mostrando desempenho regular e estável. Algumas lojas, segundo a pesquisa, têm igualado benefícios oferecidos para pagamento com Pix e boletos. Mas a maior parte deles é mesmo direcionada ao Pix.
Já o débito consolidado fechou o ano com 32,2% de aceitação. A modalidade bandeira se encontra estagnada no patamar de 15%. As wallets, que até o final de 2021 rondavam a casa dos 50%, decaíram para perto dos 40% em novembro de 2022, ficando nos 42,4% em dezembro/22. O PayPal se mantém como a principal wallet do mercado, contando com incentivos em algumas lojas.