Há alguns anos a inteligência artificial tem marcado presença no mercado de tecnologia, mas este ano, ela desempenhará um papel ainda mais central no mundo corporativo. De acordo com a OutSystems, em 2025 a IA desafiará as organizações a equilibrar inovação e controle, superando obstáculos e adaptando-se às transformações no relacionamento entre empresas e seus clientes. É o chamado ciclo generativo de desenvolvimento.
Para auxiliar os profissionais a gerar esta mudanças, especialistas da empresa global de software, compartilham as principais tendências e insights importantes para uma estratégia de IA bem-sucedida.
Convergência entre IA e low-code
Segundo Rodrigo Coutinho, cofundador da OutSystems e gerente de produto de IA, a partir de 2025, a convergência entre a inteligência artificial e o low-code abrirá possibilidades infinitas para as equipes de TI e sua interação com executivos e outros stakeholders importantes.
O futuro trará uma aceleração das soluções de low-code baseadas em IA, criando um cenário em que a inteligência artificial não apenas gerará código, mas sim aplicações completas. Isso transformará radicalmente como as organizações criam, personalizam e modernizam suas aplicações.
Para as equipes de TI, isso significa aproveitar estas soluções de low-code impulsionadas por IA, que eliminam trabalhos repetitivos do dia a dia. Os desenvolvedores poderão assumir um papel mais elevado, dedicando mais tempo a conversas impactantes com tomadores de decisão sobre como a tecnologia pode resolver problemas de negócios e atingir objetivos.
A mudança também trará um desafio para estes profissionais: crescer em direção a funções de liderança dentro de suas organizações.
No Brasil, este será um ano de transformações significativas. Em meio à incerteza econômica, como alta inflação e taxas de juros, as empresas serão desafiadas a equilibrar resiliência, eficiência e agilidade.
Carlos Sapateiro, regional sales director da OutSystems no Brasil, afirma que, no campo do desenvolvimento de software, veremos uma aceleração na adoção de IA, ferramentas de low-code e DevOps, enquanto os custos de SaaS (Software as a Service) e os avanços da inteligência artificial impulsionarão um debate renovado em torno da decisão das empresas em construir internamente ou comprar o software.
Na perspectiva de Sapateiro, as empresas estão mais propensas a desenvolver software internamente, em vez de adquiri-lo de fornecedores externos. Para capturar totalmente o valor da IA, as empresas precisarão superar desafios culturais, como adotar uma mentalidade digital-first e melhorar a cultura digital em toda a organização.
IA conversacional transformará interação dos clientes com plataformas digitais
Para Tiago Azevedo, chief information officer (CIO) da empresa, transformar a experiência do cliente continua sendo uma das principais prioridades dos líderes de TI, especialmente em um mercado altamente competitivo. Neste cenário, a IA redefinirá como as empresas interagem com os clientes, indo além das interfaces tradicionais para experiências conversacionais e baseadas em prompts.
Ao invés de interagir com janelas, botões ou formulários, os clientes tenderão a se engajar com empresas por meio de prompts em linguagem natural em texto, áudio ou vídeo.
É preciso que os desenvolvedores estejam preparados para atender às crescentes expectativas dos clientes e manter uma vantagem competitiva em 2025, adotando tecnologias conversacionais baseadas em dados que incentivem o engajamento do cliente.
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A evolução da IA e novas preocupações éticas, de segurança e de governança
A IA continuará a evoluir, ampliando suas interações no mundo virtual por meio do controle autônomo de computadores e no mundo real por meio de veículos autônomos, drones e outros dispositivos IoT. O vice-presidente de relações com desenvolvedores da OutSystems, Miguel Baltazar, alerta que o movimento introduzirá uma nova camada de preocupações éticas, de segurança e de governança que nunca enfrentamos antes.
Segundo o executivo, é papel das equipes de TI criar e avançar em mecanismos de segurança e governança para construir confiança e garantir que a GenAI seja implementada de forma responsável, segura e em conformidade com as regulamentações.
Baltazar ressalta ainda que, em 2025, um número crescente de equipes de TI adotará práticas de DevSecOps para gerenciar melhor riscos e mitigar ameaças em seu software personalizado.
Integração e qualidade de dados impedirão o sucesso da GenAI
Mesmo com os avanços da GenAI, de acordo com Luis Blando, chief product and technology officer (CPTO) da OutSystems, as empresas continuarão enfrentando desafios relacionados à integração, qualidade e privacidade dos dados – os maiores obstáculos para impulsionar a escalabilidade e o sucesso da tecnologia.
Para enfrentar o desafio dos silos de dados e aproveitar totalmente as capacidades da GenAI, os líderes de TI e suas equipes precisarão priorizar a consolidação e a integração de dados, o que exigirá plataformas unificadas. Proteger a privacidade dos dados e mitigar vieses também será essencial durante esse processo para manter a confiança e a conformidade.
Avanço no desenvolvimento de software no Brasil
Para o Brasil, as principais tendências esperadas no desenvolvimento de software este ano estão diretamente ligadas aos esforços das organizações para se tornarem mais eficientes, resilientes, ágeis e para justificarem seus investimentos em tecnologias.
Assim, segundo Rodrigo Soares, solution architecture manager LATAM da OutSystems, os principais impulsionadores para a adoção de plataformas low-code no país são: a mudança de TI reativa para estratégica, a produtividade e o tempo de colocação no mercado.
À medida que as empresas reconhecem os benefícios das atuais plataformas AI-powered low-code, muitos novos projetos devem migrar para esse modelo devido à sua eficiência e agilidade.
No entanto, para Soares, observaremos o desenvolvimento tradicional ainda coexistindo com o low-code por um longo tempo, principalmente porque os sistemas legados, que formam a espinha dorsal de muitas operações organizacionais, exigem manutenção contínua e, em muitos casos, modernização do legado.
Uma pesquisa realizada pela OutSystems no Brasil, intitulada Intenções de Investimento em Tecnologia Low-Code, destaca a crescente relevância dessa abordagem no mercado brasileiro. De acordo com os resultados do estudo, a maioria das empresas pesquisadas já utiliza plataformas low-code em suas operações. Além disso, entre as organizações que ainda não adotaram essa tecnologia, muitas demonstraram interesse em integrá-la aos seus processos nos próximos anos.
Todas essas tendências refletem e reconhecem o low-code com IA como uma solução eficiente para atender às crescentes demandas por inovação e desenvolvimento ágil, permitindo que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças e demandas do mercado, além de se inserirem na nova era do ciclo generativo de desenvolvimento.
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