Uma pesquisa da Robert Half, em parceria com a The School of Life Brasil, mapeou que “não se sentir feliz no trabalho” foi o principal motivo para que 44,12% dos 100 profissionais entrevistados deixassem seus empregos por vontade própria. O mapeamento, que faz parte do Índice de Confiança Robert Half e para o qual os entrevistados podiam citar até três motivos, foi realizado em maio de 2023 considerando a opinião de profissionais desempregados com idade igual ou superior a 25 anos e formação superior completa.
“Podemos buscar satisfação no trabalho que fazemos e com o que entregamos. É algo raro, mas possível, encontrar um trabalho que concilie os nossos interesses, as nossas paixões e, ainda, nos traga renda. Os últimos anos nos fizeram refletir muito sobre isso. No entanto, não devemos esperar que toda a nossa felicidade venha do trabalho”, explica Diana Gabanyi, CEO da The School of Life e responsável por trazer a escola ao Brasil em 2013 ao lado de Jackie de Botton. “Nos acostumamos a, primeiro, perguntar para as pessoas o que elas fazem, antes mesmo de conhecê-las, como se o trabalho fosse definir quem elas são. Queremos estar em uma empresa em que nos sintamos bem e valorizados, com um bom ambiente e boas trocas. Tudo isso é importante e válido. Mas precisamos, também, individualmente, como profissionais, encontrar formas de nos conectarmos com a razão de fazer o que fazemos, de deixar algo ou alguém melhor do que encontramos.”
Entre os cinco principais fatores que têm levado as pessoas a pedir demissão também estão: a busca por novos desafios (opinião de 42,65% dos entrevistados); a falta de perspectiva de crescimento (33,82%); não se sentir valorizado no trabalho (27,94%); e a relação ruim com antigos gestores (19,12%). A lista se completa com busca por maior remuneração (13,24%); sonho de mudar de carreira (10,29%); e relação ruim com antigos colegas de equipe (7,35%). A busca por um pacote de benefícios mais atrativo (4,41%) aparece em último lugar.
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“Historicamente, nos nossos estudos, a relação ruim com os gestores sempre liderou a lista de causas para um pedido de demissão. Essa pesquisa de agora mostra que o relacionamento com o líder continua sendo um fator relevante para um colaborador permanecer ou não na empresa, o que acontece, na minha visão, é que, hoje, os profissionais estão mais conscientes e seguros para detalhar melhor os próprios descontentamentos com relação ao trabalho”, explica Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.
A executiva da Robert Half destaca que, para ter profissionais alinhados à empresa, à vaga e ao perfil de gestão, evitando pedidos de demissão precoces, é fundamental o investimento em um processo de atração e recrutamento estruturado e estratégico. “Preencher uma vaga é mais do que ocupar uma cadeira. É uma ação que precisa garantir que a empresa prospere por meio do conhecimento e da dedicação dos talentos certos e que esses profissionais tenham recursos e ambiente adequados para desenvolver o seu potencial”.
Fatores que mais tem motivado pedidos de demissão
- Não me sentia feliz (44,12%)
- Busca por novos desafios (42,65%)
- Falta de perspectiva de crescimento (33,82%)
- Não me sentia valorizado no trabalho (27,94%)
- Relação ruim com meus antigos gestores (19,12%)
- Busca por maior remuneração (13,24%)
- Sonho de mudar de carreira (10,29%)
- Relação ruim com meus antigos colegas de equipe (7,35%)
- Busca por um pacote de benefícios mais atrativo (4,41%)
Fonte: Índice de Confiança Robert Half e The School of Life Brasil | maio/2023 | percepção de 100 profissionais desempregados e que deixaram o emprego por vontade própria | participantes puderam selecionar até 3 alternativas