Quantas CEOs mulheres você lembra que comandam negócios no Brasil? E quantas mulheres na TI, em companhias de tecnologia? Dá para contar nos dedos, não é mesmo? No Brasil, apenas 8,6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, enquanto no resto do mundo esse índice é de 16,9%, apontam dados da Deloitte.
Entre os profissionais de tecnologia, 10% das líderes são mulheres, de acordo com informações do estudo Antes da TI, a Estratégia, da IT Mídia, e Fórum Econômico Mundial de 2022 revela que ainda serão precisos dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho.
O fato é que ainda precisamos de mais referências de mulheres no topo das companhias e, para isso acontecer, é fundamental se espelhar em exemplos de sucesso.
Conheça 5 CEO mulheres da TI:
Carmela Borst, fundadora e CEO da SoulCode Academy
Fundadora e CEO da SoulCode Academy, Carmela Borst é antiga conhecida do mercado de tecnologia. Soma mais de 25 anos de experiência em tecnologia, sendo especialista em marketing, environmental, social, & governança (ESG), impacto social e diversidade. Teve passagens por grandes empresas, como vice-presidente da Oracle e AON para América Latina, entre outras multinacionais.
À frente da edtech brasileira, que tem como propósito combater o desemprego por meio da educação e tecnologia, transformando desempregados em profissionais digitais e fazendo a ponte para a empregabilidade, a executiva é formada pela em Administração de Empresas pela FEI. Ela também tem especialização e cursos na ESPM, Stanford, Harvard e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Foi a única brasileira ganhadora do prêmio da ONU Mulheres Estados Unidos, na categoria Educação de qualidade, um dos objetivos da Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por gerar inclusão digital, impacto social e diversidade no Brasil.
Quem circula por suas redes sociais, observa que Carmela é ativista social. Tem como causas há muitos anos a educação, diversidade e o combate a pobreza. Por isso, angariou os títulos de conselheira de ONGs como Gerando Falcões, conduzida pelo incrível Edu Lyra, Casa do Zezinho, Instituto Ser+, além de ser voluntária da Central Única das Favelas (Cufa).
Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil
Há cinco meses à frente da operação nacional da Intel, a carioca Claudia Muchaluat fez carreira na IBM antes de ingressar na empresa. Ela soma mais de 25 anos de experiência no mercado. Atuou como Partner da IBM Consulting, suportando clientes a repensar seus modelos de negócios e entregar experiências diferenciadas aos seus clientes, alavancando tecnologias exponenciais.
Antes disso, foi a primeira Chief Digital Officer da IBM América Latina, liderando a Transformação Digital da empresa. Seu currículo é vasto e repleto de especializações. Claudia é formada em Engenharia Eletrônica pela UFRJ, com mestrado em Administração de Empresas pela PUC-RJ, MBA Executivo pela FDC e formação para conselheira pelo Advanced Boardroom Program for Women da Saint Paul. Tem ainda especializações pela Singularity University, Harvard, Wharton, Hyper Island e Nova SBE.
Ela também é mentora de negócios da Endeavor, colunista da HSM Management e conselheira consultiva do Chapter Brasil do Women In Tech, com objetivo de incentivar mais mulheres na área de tecnologia.
Laís Fonseca, CEO e fundadora da QBem
Laís Fonseca é CEO e fundadora da tech health QBem, especializada em inteligência de dados para o setor de saúde. Graduada em Administração e Políticas Públicas com MBA pelo MIT Sloan (2019), a empresária começou a empreender na área por conta de um problema de saúde da mãe.
Com passagens em cargos de gestão na esfera governamental, e consultoria em grandes empresas, Laís tem especialização em transformação digital para a jornada do paciente, com foco em engenharia de dados, interoperabilidade, análise de dados e inteligência artificial.
Apesar de uma estrutura enxuta na QBem, que soma 30 colaboradores, suas ambições são enormes. Ela estima duplicar esse número em 2023. Gerencia e detém os dados de mais de 4 milhões de vidas, o equivalente a 9% de vidas-beneficiárias em saúde privada do Brasil.
Sua empresa já processou mais de R$ 27 bilhões de dados, com o objetivo de fornecer insights para a tomada de decisão em corretoras, RHs, operadoras de saúde, hospitais e outros prestadores de saúde ao redor do País. Hoje, são cerca de 34 mil empresas atendidas.
A tech health desenvolve data-lakes especializados em saúde e algoritmos, a fim de otimizar processos em hospitais, corretoras, operadoras, bem como propiciando redução de custos com exames repetidos, por exemplo. Indicadores de predição ajudam na tomada de decisão de cada um desses atores, considerando suas especificidades e necessidades por regiões.
Monalisa Gomes Mühlböck, country manager NLA e Ibero da Schauer Agrotronic GmbH
Da periferia à liderança de multinacionais, Monalisa se define como uma pessoa guiada pela paixão por inovação e desenvolvimento, sendo, hoje, uma das pouquíssimas mulheres negras e CEOs no Brasil. Comanda atualmente a Schauer Agrotronic GmbH, companhia global de soluções tecnológicas para alimentação e criação de animais.
Antes de assumir o desafio, Monalisa ingressou na Fronius em 2006, como assistente contábil, logo depois de ter-se formado. Em abril de 2017, depois de mais de dez anos na função de Controller, Monalisa foi convidada a assumir a diretoria-geral no Brasil da multinacional austríaca, tornando-se a quinta mulher a comandar uma subsidiária da companhia.
Este ano, foi eleita pela Forbes uma das 10 mulheres de sucesso de 2023 e dividiu a capa da publicação com outras mulheres sensacionais.
Silvana Bahia, idealizadora da PretaLab
Mestre em Cultura e Territorialidades pela UFF, pesquisadora associada do grupo de arte e Inteligência Artificial da USP e do grupo de pesquisa em Políticas e Economia da Informação e Comunicação da UFRJ, Silvana Bahia é idealizadora da PretaLab e diretora-executiva da Olabi, ONG voltada à transformação social por meio da democratização das tecnologias.
Considerada uma das cem pessoas inovadores mais importantes do mundo pelo The Future Laboratory, em 2021 recebeu o prêmio Protagonista Brasil, País Digital concedido pelo Movimento Brasil, País Digital, que reconhece lideranças oriundas dos setores público e privado, assim como da sociedade civil, que se destacaram por sua atuação em projetos e ações de impacto social na área de tecnologia da informação em temas voltados à transformação digital e inclusiva do País.
Participou do programa Lauttasaari Manor Residency na Finlândia, colaborando por três meses com o projeto Anti-Racism Media Activist Alliance (ARMA). É codiretora do documentário Quadro Negro, sobre a trajetórias de estudantes negros nas universidades brasileiras.
Recebeu o prêmio Destaques da Cultura Digital: Inovação Social e Tecnologia, concedido pelo Centro Cultural Banco do Brasil e Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ de 2017. Além de fazer parte dos conselhos das organizações Gênero e Número, Coding Rights, Mulheres Negras Decidem, Instituto Museu Itamar Assumpção, InternetLab, Énois – Laboratório de Jornalismo, Programadores do Amanhã, Instituto Solar dos Abacaxis e do Conselho Científico do Museu do Amanhã.