Aquele medo de perder o emprego e ser trocado pela inteligência artificial é bastante factível para três a cada quatro profissionais brasileiros. Para 76,6% deles, a IA afetará o número de postos de trabalho nas áreas em que atuam. Esse medo também é grande nos países da América Latina: Panamá (69%), México (68%), Peru (66%), Colômbia (65%), Chile e Argentina (63%, cada).
Os dados são de um levantamento feito pela Page Interim, unidade de negócio do PageGroup especializada em recrutamento, seleção e administração de profissionais terceirizados e temporários. Foram ouvidos, entre novembro e dezembro de 2023, 5.354 profissionais da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Panamá).
Desemprego, privacidade e segurança de dados estão entre as maiores preocupações dos respondentes no que diz respeito ao uso de IA, além da falta de intervenção humana. Esses três itens foram os que apareceram primeiro em quase todos os países, exceto Argentina, onde há maior preocupação no uso da IA com implicações éticas do que com o desemprego.
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Quando questionados sobre o uso da inteligência artificial dentro da área de atuação, os profissionais de todos os países destacaram que a tecnologia tem potencial para ser benéfica, mas apresenta riscos significativos (61,5%). Também que é um divisor de águas e que vai revolucionar a indústria (32,1%).
Aqueles que acham que é exagero e não terá um impacto significativo somaram apenas 3%. Os que não sabem são 3,4%.
“Os profissionais já perceberam que a IA pode e vai trazer muitos benefícios não só na produtividade e de novas oportunidades no mercado, mas também já enxergam os eventuais riscos que ela pode causar, inclusive atingindo diretamente postos de trabalho”, diz em comunicado Victoria Quintella, diretora da Page Interim.
IA e busca por emprego
Outro assunto abordado foi sobre a familiaridade dos profissionais com IA e aplicações no processo de busca por emprego. Metade dos respondentes (50,4%) afirmou que já ouviu falar da IA, mas não sabe muito sobre seus usos.
Aqueles que se declararam familiarizados com IA somaram 24,2%. Já os que não estão por dentro do assunto foram 25,4%.
Mexicanos e brasileiros são os que mais usam ferramentas de IA para busca de emprego (48,7% e 46,9%, respectivamente). Na sequência aparecem panamenhos (42,9%), argentinos (42,7%), colombianos (41,2%), chilenos (39,8%) e peruanos (37%).
Entre os benefícios mais destacados pelos profissionais no uso da IA para buscar um emprego os que mais apareceram foram economia de tempo (70,2%), personalização de aplicativos de forma mais eficiente (67%), encontrar posições mais relevantes (63,2%), melhorar o currículo (60,1%), melhorar a entrevista (50,1%).
