Uma pesquisa recente da Randstad mostrou que o Brasil se destaca do cenário mundial em equidade de acesso à inteligência artificial. O equilíbrio acontece tanto entre gerações quanto entre gêneros, indo na contramão do cenário mundial no último caso. De acordo com a Compreendendo a Escassez de Talentos: IA e Equidade, 26% das mulheres e 25% dos homens no Brasil tem a oportunidade de utilizar a IA em suas atividades profissionais, em contraponto dos 35 e 41% internacionais, respectivamente.
Essa diferença de 6 pontos percentuais reflete uma lacuna que também é perceptível na capacitação: as mulheres têm 5% menos probabilidade de receber treinamento em IA e menos confiança (30%) em sua preparação para usar a tecnologia em comparação aos homens (35%).
A equidade também se apresenta entre as gerações, com 27% dos Baby Boomers usando IA como ferramenta de trabalho, assim como 27% da Geração X, 40% dos Millennials e 25% da Geração Z. Ao mesmo tempo, o país enfrenta desafios no número de pessoas capacitadas para lidar com a tecnologia. Enquanto a Geração Z e os Millennials abraçam a IA como uma aliada no trabalho, os Baby Boomers mostram menor adoção e confiança na tecnologia.
Apenas 38% dos Baby Boomers no Brasil acreditam que a IA pode facilitar suas atividades, número inferior aos 48% dos Millennials e 42% da Geração Z. Segundo o relatório, essa lacuna é agravada pela baixa capacitação oferecida a trabalhadores mais experientes. Apenas 25% dos brasileiros relatam acesso a treinamentos em IA no trabalho, o que reforça a necessidade de iniciativas que promovam uma inclusão mais ampla.
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Com um mercado de trabalho em constante transformação, a Randstad aponta ainda que a aquisição de habilidades em Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez mais um requerimento das organizações e fornece recomendações para que as empresas promovam uma adoção equitativa da IA:
- Repensar a capacitação: as organizações devem adotar abordagens de capacitação mais rápidas e inclusivas para garanti que todos os grupos demográficos possam acompanhar as tecnologias de IA em evolução;
- Explorar possibilidades e limitações: é também importante avaliar criticamente tanto o potencial quanto as limitações da IA, abordando
os vieses e garantindo que os talentos estejam bem preparados para usar a tecnologia de forma eficaz; - Adotar uma abordagem personalizada: os empregadores precisam compreender os obstáculos únicos que diferentes grupos enfrentam na adoção da IA e adaptar as oportunidades de capacitação para atender a essas necessidades diversas;
- Fomentar a colaboração: parcerias entre empresas, instituições de ensino e organizações sociais são essenciais para superar as lacunas de habilidades em IA e garantir a equidade de longo prazo entre todos os grupos demográficos.
“Com uma abordagem mais inclusiva, o Brasil pode liderar o caminho na construção de um mercado de trabalho mais equitativo e preparado para o futuro. A IA oferece um enorme potencial de transformação, e garantir acesso equitativo a essa tecnologia é um passo essencial para enfrentar a escassez de talentos e fortalecer a força de trabalho no país”, completa Diogo Forghieri, diretor de negócios da Randstad Enterprise e Randstad Professional.
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