Nos últimos dois anos, o mundo passou por grandes transformações em decorrência da pandemia de covid-19. Após esse período, emergimos para uma sociedade totalmente transformada, digitalizada, cheia de complexidades e com novos desafios que, obviamente, também são sentidos no mercado de trabalho.
Não há como negar que a relação com o trabalho mudou. E que novas forças estão moldando o mundo corporativo. A escassez de talentos, a aceleração da estratégia na gestão de talentos e a eliminação de silos são apontadas como integrantes das novas configurações do trabalho, de acordo com o estudo Futuro do Trabalho – 20 tendências para você e sua empresa navegarem, realizado pelo ManpowerGroup em parceria com O Futuro das Coisas.
As tendências são divididas em cinco grandes áreas: questões demográficas, ascensão das escolhas individuais, novas configurações do trabalho, revolução tecnológica e os novos papeis das empresas. Já abordamos por aqui as questões demográficas e a ascensão das escolhas individuais. Hoje, vamos aprofundar as novas configurações de trabalho. Confira:
1)Escassez de talentos
De um lado, um contingente de desempregados; do outro, recrutadores desesperados para encontrar os profissionais adequados para milhares de vagas. A escassez de talentos é um problema mundial. De acordo com a pesquisa “Escassez de Talentos 2020”, do ManpowerGroup, 54% das organizações de todo o mundo sentem o impacto da falta de trabalhadores com as qualificações desejadas. Este percentual é o mais alto em dez anos e apenas 18% dos países não relatam a falta de profissionais qualificados como um obstáculo.
De acordo com o relatório, o avanço tecnológico tem grande responsabilidade nesta mudança. Porém, ao contrário do que pode parecer, as empresas que mais estão se digitalizando são as que mais criam empregos. No Brasil, 90% dos empregadores em processo de automatização planejam aumentar ou manter seu quadro de colaboradores, segundo o estudo “Procuram-se humanos: os robôs precisam de você”, também ds Manpowergroup.
Por fim, o relatório aponta como a escassez de talentos é uma barreira impactante para as empresas, uma vez que gera entraves para que elas inovem, absorvam novas tecnologias, aperfeiçoem produtos e serviços, afetando diretamente a competitividade no mercado.
2)Aceleração estratégica e gestão de talentos
Já vimos que uma das grandes preocupações das empresas é conseguir os talentos adequados. Não por acaso, cada vez mais, as empresas estão dependentes de profissionais externos, que realizam parte considerável das atividades e têm participação substancial nos resultados. De acordo com o relatório, esse número já chega aos 25% da força de trabalho sendo composta por não funcionários – o que representa a chamada “economia gig”, em que profissionais autônomos se “plugam” temporariamente às empresas para realizar um determinado projeto. Várias foram as forças que impulsionaram a “economia gig”, entre elas a própria mudança de uma visão de um trabalho mais mecânico para algo mais inovador, criativo e em equipe; o aumento de especialistas e de pessoas que preferem trabalhar com projetos específicos; a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar. Essas novas dinâmicas abrem caminho para que ao invés de criar um pool interno de profissionais, as empresas foquem na construção de um ecossistema de talentos.
3) Eliminando silos
Há tempos falamos em colaboração dentro das empresas. Mas o fato é que muitas companhias ainda sofrem com uma cultura enraizada em silos. Muitas vezes, essas construção de silos começa na própria universidade por não conseguir aliar diversas áreas em suas grades curriculares. Nas companhias, essa divisão pode resultar em desperdícios de talentos e até promover disputa entre áreas e sabotagem de metas.
De acordo com o relatório, algumas empresas já começam a transformar esses silos, promovendo mais integração e colaboração entre os times. Entre as iniciativas que podem ser adotadas estão aproximar diferentes disciplinas, compartilhar conhecimento com o apoio de ferramentas virtuais, promover uma abordagem orientada a projetos, deixando para trás os limites entre departamentos e privilegiando times interdisciplinares e profissionais selecionados por suas habilidades.
Veja também:
4 tendências demográficas para o futuro do trabalho -1ª parte
Conheça 4 novas demandas dos profissionais do futuro -2ª parte