O avanço da tecnologia gerou uma necessidade crescente por especialistas capacitados que saibam ir além das habilidades técnicas (hard skills) e consigam integrar seus conhecimentos com talentos comportamentais (soft skills).
De acordo com Guilherme Marcondes, vice-diretor e pró-diretor de Graduação do Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, o profissional ideal de tecnologia além de codificar ou interpretar dados, possui habilidade de comunicar suas ideias de forma clara e trabalhar de forma colaborativa em equipes multidisciplinares.
“Empresas buscam pessoas que saibam conectar a solução técnica ao contexto do negócio. A habilidade de traduzir código em estratégia faz toda a diferença”, explica.
Apenas em 2024, foram criados cerca de 48 mil novos postos de trabalho no setor de tecnologia, que oferece uma remuneração média 2,5 vezes superior à média nacional. ‘‘Sendo uma área em constante crescimento e com forte competitividade, é necessário focar nas competências certas para conquistar o mercado de trabalho’’, enfatiza Marcondes.
Nesse contexto, o vice-diretor do Inatel listou cinco competências essenciais para os profissionais do futuro:
1. Programação e resolução de problemas
Dominar linguagens de programação como Python, Java e C++ é essencial, mas saber como aplicar esse conhecimento para resolver problemas reais é o que importa. A capacidade de analisar cenários complexos e desenvolver soluções eficientes é altamente valorizada. “O código precisa servir a um propósito. Entender o problema e oferecer soluções criativas é o que transforma um bom desenvolvedor em um excelente profissional”, afirma.
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2. Análise de dados e tomada de decisões
Além disso, com o crescimento da big data, pessoas que sabem coletar, interpretar e aplicar dados estão ganhando espaço. No entanto, é preciso ir além dos números e desenvolver a capacidade de tomar decisões informadas e comunicar resultados de maneira acessível é essencial. “Os dados só têm valor quando se tornam insights aplicáveis. Profissionais que conseguem transformar informação em estratégia são os mais requisitados”, ressalta Marcondes.
3. Inteligência Artificial e pensamento crítico
Outros conhecimentos em alta incluem machine learning e inteligência artificial, mas a habilidade de questionar resultados e compreender os limites dessas tecnologias é igualmente relevante. “Pensamento crítico permite avaliar soluções de IA de forma responsável e ética. Não basta aplicar um modelo, é essencial entender seus impactos e limitações”, destaca o vice-diretor.
4. Comunicação e trabalho em equipe
A tecnologia é um trabalho coletivo. Saber comunicar ideias e colaborar com profissionais de diferentes áreas é fundamental. Projetos de tecnologia bem-sucedidos dependem de equipes capazes de dialogar e integrar diferentes perspectivas, tornando a comunicação e a colaboração habilidades indispensáveis.
5. Adaptabilidade e liderança
Além disso, Marcondes observa que a capacidade de adaptação às mudanças e a aptidão para assumir papéis de liderança em momentos desafiadores são diferenciais importantes. “As empresas procuram profissionais proativos, capazes de liderar iniciativas e inspirar equipes em cenários de incerteza. Liderança não significa apenas ocupar cargos de chefia, mas assumir a iniciativa de guiar soluções em momentos decisivos”, conclui.
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