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Habilidades humanas e digitais lado a lado na era da Indústria 4.0

Agência Esenca

4 de dezembro de 2020

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Se hoje as empresas nos mais diversos setores enfrentam dificuldades de captar e reter mão de obra qualificada, esse movimento só tende a se intensificar nos próximos anos, graças ao avanço da chamada Indústria 4.0.

Isso é o que aponta o estudo “Como preparar a força de trabalho do amanhã para a Indústria 4.0”, feito pela Deloitte em parceria com a Global Business Coalition for Education. O relatório avalia as habilidades que os jovens precisarão para os empregos do futuro, indicando ainda caminhos para que as empresas possam ajudá-los a ter êxito no mercado de trabalho.

Como quadro geral, os dados mostram uma grave situação mundial em que milhões de jovens estão desempregados ou subempregados, enquanto as empresas têm vagas que não podem preencher. “Se não for resolvido, o problema provavelmente se intensificará à medida que a Quarta Revolução Industrial (4IR) – caracterizada pelo casamento de ativos físicos e tecnologias digitais – transforma a sociedade, as economias, os empregos e a vida pessoal das pessoas’, afirma o texto.

Infelizmente, é importante destacar que essa incompatibilidade entre mão de obra e vagas não passa somente pela atualização dos trabalhadores, mas por formação básica também. Em 2020, a economia registra uma escassez de 40 milhões de trabalhadores com ensino superior, de 45 milhões de trabalhadores com ensino médio e um excedente de 95 milhões de trabalhadores com baixa qualificação.

Neste cenário, a Indústria 4.0 entra como um complicador, pois ela ajuda a redefinir a semana de trabalho e exige uma atualização que os sistemas tradicionais de ensino parecem não conseguir acompanhar.

Novas habilidades digitais e humanas

Um capítulo valiosíssimo do relatório trata de uma avaliação das habilidades necessárias para os trabalhadores na era da Indústria 4.0. Divididas em 4 categorias principais, chamam a atenção 2 pontos importantes. O primeiro é o destaque dado a habilidades humanas de relacionamento, outro é um destaque específico para habilidades ligadas a “empreendedorismo”. As habilidades ligadas à tecnologia estão agrupadas na rubrica “habilidades técnicas”.

Habilidades necessárias na Indústria 4.0:

  • Prontidão para o trabalho: Entre as habilidades humanas, este primeiro item engloba características fundamentais para a própria conquista de trabalho pelos candidatos e para sua manutenção nos cargos. São exemplos dessas habilidades desde uma boa autoapresentação como profissionalismo, etiqueta e normas sociais.
  • Habilidades interpessoais: Este grupo de habilidades agrega atributos pessoais, sociais e de comunicação, ou seja, habilidades que apoiam relações interpessoais e interações com outros. São exemplos capacidade de comunicação, visão crítica, pensamento criativo, colaboração, adaptabilidade, iniciativa, liderança e aprendizagem emocional, entre outras.
  • Empreendedorismo: Trata-se dos conhecimento e habilidades que apoiam o sucesso na criação e construção de uma oportunidade ou ideia no local de trabalho. Iniciativa, inovação, criatividade, resiliência, engenhosidade e assumir riscos são alguns desses atributos.
  • Habilidades técnicas: Aqui se alinham as capacidades e os conhecimentos necessários para realizar tarefas especializadas. Além dos pontos básicos de cada vaga ou setor, têm destaque aqui habilidades ligadas à digitalização humanizada, ou seja, às novas habilidades exigidas com a digitalização da economia, por exemplo, programação de computadores, codificação, gerenciamento de projetos, gestão financeira e habilidades baseadas em tecnologia.

Empresas sob pressão


Evidentemente, a indústria 4.0 traz uma avalanche de oportunidades, mas também o risco constante de perder espaço para a concorrência. Por isso, o relatório afirma que a hora das empresas focarem nos seus recursos humanos é “agora”. E isso exige que as elas participem ativamente do ecossistema da educação. Isso significa sair do lugar confortável de dedicação exclusiva ao mercado, para adentrar em searas como programas de desenvolvimento da força de trabalho, de jovens e mesmo de políticas públicas.

Infelizmente, a maioria dos sistemas educacionais estão defasados em décadas com relação às necessidades da indústria. Muitos desses sistemas foram construídos há mais de um século e baseados em teorias que podem estar atendendo inadequadamente às necessidades dos alunos; não enfatizando projetos baseados em equipe e solução de problemas, além de serem subfinanciados, com falta de pessoal e subinvestimento em tecnologia.

Por isso, além de discutir o papel de governos e das próprias empresas, o relatório debate também os modelos sem fins lucrativos de formação profissional, que “podem desempenhar um papel fundamental no ecossistema de desenvolvimento da força de trabalho, com conhecimento técnico e experiência profunda, juntamente com conhecimento institucional”, algo a que vale a pena dar atenção.

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