Três em cada dez profissionais brasileiros consideram inclusivo o ambiente de trabalho em que estão inseridos. É o que aponta o estudo global Talent Trends, da Michael Page, uma das maiores consultorias especializadas em recrutamento de executivos, parte do PageGroup. Segundo a pesquisa, 32% dos respondentes do Brasil enxergam a inclusão em suas organizações atuais, ficando à frente das médias global (26%) e da América Latina (28%). Os entrevistados brasileiros lideram o ranking dos profissionais que sentem que podem ser autênticos no trabalho (42%), à frente dos indicadores globais (35%) e da América Latina (40%).
Leia também: 5 e-books gratuitos sobre economia digital
“As recentes mudanças no mercado de trabalho, como a adesão ao modelo híbrido e a participação de até cinco geração diferentes em uma mesma empresa, tornaram ainda mais complexa a tarefa das organizações de implementarem diversidade e inclusão em suas rotinas. Tantos os profissionais como os empregadores têm de lidar diariamente com expectativas cada vez mais variadas para evitarem conflitos entre grupos que necessitam e esperam um olhar mais atento das companhias. Sabemos que o número de profissionais que se sentem incluídos ainda é baixo, então ainda temos um grande caminho para percorrer não só no Brasil, mas regionalmente e globalmente”, explica Isabel Pires, gerente executiva da Michael Page.
Os respondentes do Brasil também estão à frente no número de profissionais que já sofreram etarismo. Segundo o levantamento, 46% dos entrevistados foram discriminados pela idade, mesmo percentual identificado na América Latina. Já no cenário global o índice é de 44%.
Os dados fazem parte da pesquisa global Talent Trends 2024, um dos estudos mais abrangentes sobre profissionais e o mercado de trabalho, realizado em novembro e dezembro de 2023, em 37 países. Ele conta com a participação de aproximadamente 50 mil profissionais em todo o mundo, que atuam em empresas de diferentes segmentos e portes. O objetivo desse levantamento é alinhar as diferentes expectativas de profissionais (salários competitivos, flexibilidade e aspectos da cultura organizacional) e empresas (que sofrem pressões externas de um mercado de trabalho dinâmico).
A pesquisa apontou que 7% dos respondentes brasileiros já foram discriminados ou marginalizados em seu cargo atual, atrás das médias global (9%) e da América Latina (10%). O levantamento também procurou entender o cenário de denúncias de discriminações no ambiente de trabalho. Quem mais denuncia os casos são os profissionais do México (28%), seguidos por Chile (23%), Brasil (20%) e Peru (12%). A média na América Latina ficou em 23%.
“As empresas devem priorizar a criação de um ambiente inclusivo, em que todos os colaboradores se sintam valorizados e possam ser autênticos no trabalho. Implementar políticas claras e eficazes de diversidade, equidade e inclusão é o primeiro passo para promover uma cultura aberta, com confiança e respeito, deixando os profissionais seguros para opinarem sobre o tema e denunciarem qualquer forma de discriminação”, conclui Isabel, da Michael Page.