A busca por equidade nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (geralmente resumidos pela sigla em inglês STEM) enfrentam uma série de dificuldades no Brasil, muito embora o público em geral demonstre interesse em perseguir carreiras nessa área. É o que revela a sexta edição de uma pesquisa – o Índice do Estado da Ciência – feito em parceria pela 3M e a Ipsos.
Acesso à educação de qualidade nessa área é apontado como a principal barreira para 90% dos ouvidos pelo estudo. Entre essas barreiras estão a falta de aulas e professores nas escolas (84%, versus 76% apontados pela pesquisa global); 54% apontam incapacidade para pagar por uma educação STEM de qualidade (vs. 47% globalmente); e 37% destacam o preconceito contra minorias étnicas, raciais ou de gênero (vs. 33% globalmente).
Os brasileiros também dizem valorizar iniciativas de D&I (diversidade e inclusão), mas reconhecem lacunas significativas. Para 90%, é importante aumentar a diversidade e a inclusão nos campos STEM. Para 79%, minorias sub-representadas muitas vezes não recebem acesso igualitário à educação STEM.
Diferença de gênero (60% vs. 53% globalmente), diferenças raciais e étnicas (61% vs. 44% globalmente) e de sexualidade, incluindo LGBT+ (55% vs. 39% globalmente) são as maiores lacunas apresentadas pelos brasileiros.
As mulheres, em particular, enfrentam muitos desafios: 87% acreditam que é preciso fazer mais para incentivar e manter mulheres e meninas engajadas na educação STEM; 86% pensam que as mulheres são fonte de potencial inexplorado na força de trabalho na área; e para 70%, mulheres e meninas são mais desencorajadas a buscarem engenharia do que outros campos científicos, contra 62% globalmente.
Outro dado alarmante: 67% afirmam que as mulheres estão deixando cargos STEM por não receberem apoio suficiente.
O estudo anual encomendado pela 3M para a Ipsos considera dados populacionais de 17 países. Mais resultados da edição desse ano podem ser acessados (em inglês) nesse link.