Quando se trata de e-commerce, para quem a comunicação da sua empresa está direcionada? Se a sua resposta for algo diferente de “mulheres com mais de 50 anos”, está na hora de rever a estratégia. Isso porque uma pesquisa da Webshoppers, da consultoria NielsenIQ|ebit em parceria com a Bexs Pay, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, mostra que a faixa daqueles com mais de 50 anos foi a única que cresceu entre os consumidores do comércio eletrônico em 2021. As mulheres também compram mais: são responsáveis por 57,4% dos pedidos.
As pessoas com mais de 50 anos responderam por 33,9% dos pedidos online em 2021: foi a primeira vez que essa faixa etária ultrapassou a dos adultos de 35 a 49 anos (33,2%), historicamente o maior público que compra pela internet, segundo a pesquisa da NielsenIQ|ebit, realizada desde 2001.
Entre os motivos que justificam o aumento desses consumidores está a tentativa de se proteger da contaminação pelo novo coronavírus, acompanhada de uma desconfiança menor do comércio eletrônico, de acordo com a NielsenIQ|Ebit.
As categorias construção e ferramentas (51% das compras do segmento foram feitas por quem tem mais de 50 anos), saúde (43%) e eletrodomésticos (42%) são as preferidas dos consumidores mais velhos.
O comércio eletrônico como um todo movimentou R$ 182,7 bilhões no ano passado, um crescimento de 27% sobre os R$ 143,6 bilhões de 2020, segundo a pesquisa. No ano passado, a NielsenIQ|ebit havia informado que as vendas de 2020 somaram R$ 87,4 bilhões, mas a consultoria revisou os dados para incluir o Mercado Livre, a maior varejista da web brasileira.
Apesar de expressiva, a alta de 27% nas vendas online no ano passado representa uma desaceleração em relação ao ano anterior, quando o crescimento havia sido de 41%. Uma reacomodação do comércio eletrônico, após a reabertura das lojas físicas, e uma redução do poder de compra da população explicam a desaceleração. Para 2022, NielsenIQ|Ebit esperaum crescimento entre 10% e 20% do comércio eletrônico.
Ainda segundo a NielsenIQ|Ebit, em 2021, 12,9 milhões de brasileiros compraram pela primeira vez na internet, elevando o total de consumidores online no país para 87,7 milhões. Os celulares foram o meio mais utilizado para as compras pela internet, que responderam por 59% dos pedidos e por 52% do faturamento (R$ 95,4 bilhões), uma alta de 32% sobre 2020.
A busca do consumidor pelas promoções na internet passa pelo frete grátis: segundo a pesquisa da NielsenIQ|ebit, o número de pedidos sem custo de envio aumentou em 10 pontos percentuais em 2021, chegando a 47% do total.
Do total de 400 milhões de pedidos em 2021, o tíquete-médio geral das vendas ficou em R$ 441, uma alta de 4% sobre 2020, sem descontar a inflação.
A categoria de alimentos e bebidas foi a que mais se destacou em número de pedidos: alta de 107% sobre o ano anterior. Por outro lado, as categorias que mais pesam no faturamento de R$ 182,7 bilhões do ano passado são eletrodomésticos (21%), telefonia (20%), casa e decoração (11%) e informática (10%).
O levantamento apontou que os homens responderam por 53,5% do valor das compras, enquanto as mulheres fizeram 57,4% dos pedidos. O tíquete-médio deles é 35% maior que a média de gasto delas: R$ 555 contra R$ 359.
Na divisão por faixa de renda, quem recebe entre 4 e 10 salários mínimos responderam por 33,2% das vendas totais (alta de 1,7 ponto porcentual sobre 31,5% do ano passado). A participação das demais faixas de renda no bolo total caiu: a fatia dos consumidores que ganham até 4 salários mínimos recuou de 51,9%, para 50,9%, enquanto a participação dos que ganham acima de 10 salários mínimos passou de 16,6%, para 15,9%